Rodoviários aprovaram indicativo de greve e devem decidir sobre a paralisação no dia 7/8. Assembleias estão sendo feitas nas portas das garagens
Mais uma greve dos motoristas de ônibus está perto de acontecer na Região Metropolitana do Recife. Os rodoviários já aprovaram o indicativo de greve nas duas primeiras assembleias volantes que começaram a ser realizadas nesta quinta-feira (1/8), em frente às garagens do Consórcio Novo Recife (Transcol e Pedrosa) e da empresa Globo, na Zona Norte da capital.
As assembleias volantes, inclusive, prejudicaram o início da operação dos ônibus nesta quinta porque as garagens ficam fechadas, impactando na prestação do serviço e afetando os passageiros que entram bem cedo no sistema de transporte público da RMR. As votações estão acontecendo entre 3h e 5h. Os operadores denunciam que o sindicato tem impedido a saída dos coletivos.
SINDICATO COM AUTONOMIA PARA DEFLAGRAR A GREVE APÓS ASSEMBLEIAS
Outras dez assembleias acontecerão – duas por dia – até o dia 7, quando a greve deverá ser decidida. A deflagração do movimento, inclusive, será feita pelo Sindicato dos Rodoviários, sem necessidade de uma nova assembleia. Segundo Aldo Lima, presidente da entidade, o edital das assembleias volantes prevê essa autonomia ao sindicato.
E o sentimento da categoria é de greve mesmo. Sem avanço nas negociações da campanha salarial de 2024, os rodoviários já vêm realizando movimentos de paralisação parcial dos ônibus no Grande Recife há duas semanas – exatamente o período em que a discussão salarial começou a travar.
PARALISAÇÕES TEMPORÁRIAS NOS PRÓXIMOS DIAS
Na prática, as operadoras teriam oferecido um aumento de 4,2% – ganho real de 0,5% acima da inflação, que está em 3,7% -, o reajuste do vale-alimentação de R$ 366,40 para R$ 400 e o aumento do adicional pela dupla função dos motoristas de R$ 150 para R$ 180.
Além do indicativo de greve, os rodoviários já avisaram que farão novas paralisações temporárias do serviço nas ruas do Recife até a decisão final sobre a greve.
“Hoje foi aprovado o indicativo de greve e acreditamos que ele será validado em todas as assembleias que iremos fazer nas garagens das empresas até o dia 7. Serão duas assembleias por dia, nas madrugadas. E, de fato, o sentimento da categoria é pela paralisação sim, porque não vimos nenhuma garantia em pontos cruciais para o trabalhador”, afirma o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima.
A categoria reconhece que o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE) apresentou propostas razoáveis sob o aspecto financeiro, mas que elas perdem força porque cláusulas coletivas, fundamentais para os trabalhadores, não estariam sendo revistas.
“É o caso da implantação do plano de saúde, que a Urbana-PE não quis, se quer, assumir um compromisso oficial de que iria adotar mais na frente. Não tivemos isso amarrado, o que gera muita insatisfação na categoria. Outro aspecto é a questão do controle de jornada via GPS, aprovado ainda na gestão passada e que prejudica financeiramente o motorista. Ele está pagando para ir ao banheiro ou beber água entre as viagens, por exemplo. Calculamos uma perda de R$ 264 por mês porque as empresas têm descontado de 5 a 30 minutos”, relata Aldo Lima.
Fonte: jc.ne10